Regra das 5 horas: Se você não está gastando 5 horas por semana para aprender, você está sendo irresponsável.

André Crevi
10 min readMay 6, 2018

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“Em toda a minha vida, não conheço pessoas que são sábias (em uma área ampla de assunto) e que não leiam o tempo todo — nenhuma. Zero.” — Charlie Munger, bilionário e parceiro de negócios de longa data de Warren Buffett

Por que até a pessoa mais ocupada do mundo, o ex-presidente Barack Obama, lia uma hora por dia enquanto estava no cargo?

Por que o melhor investidor da história, Warren Buffett, investiu até 80% do seu tempo apenas em leitura e pensamento ao longo de sua carreira?

Por que a pessoa mais rica do mundo, Bill Gates, leu um livro por semana durante a sua carreira? E por que ele tirava férias anuais de até duas semanas, apenas, dedicadas para a leitura?

Por que as pessoas mais inteligentes e ocupadas do mundo encontram uma hora por dia para o aprendizado deliberado (a regra das 5 horas), enquanto outras inventam desculpas sobre o quanto estão ocupadas?

O que eles veem o que os outros não veem?

A resposta é simples: o aprendizado é o melhor investimento de tempo que podemos fazer. Ou, como disse Benjamin Franklin, “um investimento em conhecimento paga o melhor interesse”.

Essa percepção é fundamental para o sucesso na economia do conhecimento, mas poucas pessoas percebem isso. Felizmente, quando você entende o valor do conhecimento, é mais simples obter mais. Apenas dedique-se ao aprendizado constante.

Conhecimento é o novo dinheiro.

“O capital intelectual sempre superará o capital financeiro.” — Paul Tudor Jones, empresário bilionário, investidor e filantropo

Passamos nossas vidas colecionando, gastando, cobiçando e nos preocupando com dinheiro — na verdade, quando dizemos que “não temos tempo” para aprender algo novo, geralmente é porque estamos nos dedicando para ganhar dinheiro; mas agora algo está acontecendo que está mudando a relação entre o dinheiro e conhecimento.

Estamos no início de um período do que o renomado futurista Peter Diamandis chama de desmonetização rápida, na qual a tecnologia está tornando os produtos ou serviços anteriormente caros para a maioria das pessoas em coisas mais baratas ou até mesmo gratuitas.

Exemplo: quem quisesse ter um gravador de voz em 1978 teria que pagar em torno de US$2.500. Em 1982 para se fazer uma conferência de vídeo a pessoa teria que desembolsar US$250.000 hoje o mesmo serviço é praticamente de graça. Uma enciclopédia em 1989 custava US$750,00 e ocupava muito espaço, hoje se encontram milhares disponíveis e gratuitas, e principalmente colaborativas.

Essa desmonetização irá acelerar no futuro. Frotas de veículos automatizadas eliminarão uma das nossas maiores despesas: o carro. A realidade virtual fará experiências caras, como ir a um festival de música ou jogar golfe, disponíveis instantaneamente a um custo muito menor. Enquanto a diferença entre a realidade atual e a realidade virtual é quase incomparável no momento, a taxa de melhoria da RV num futuro próximo é exponencial.

Os custos com educação e saúde aumentaram, mas a inovação nesses campos provavelmente nos levarão a uma eventual desmonetização. Muitas instituições de ensino superior, por exemplo, têm custos herdados apenas para suportar múltiplas camadas de hierarquia e para manter os seus campus. Instituições mais novas estão encontrando maneiras de reduzir drasticamente os custos, oferecendo seus serviços exclusivamente on-line, concentrando-se apenas no treinamento para habilidades sob demanda, com altos salários, ou fazendo com que os futuros empregadores que recrutam estudantes, auxiliem no subsídio dos custos das mensalidades a esses estudantes.

Finalmente, novos dispositivos e tecnologias, como o CRISPR, o XPrize Tricorder, (https://tricorder.xprize.org/) junto com os melhores diagnósticos por meio da inteligência artificial e o custo reduzido de sequenciamento genômico irão revolucionar o sistema de saúde. Essas tecnologias e outras semelhantes diminuem drasticamente o custo médio dos cuidados de saúde, concentrando-se na prevenção, em vez apenas da cura e gestão.

Enquanto bens e serviços estão se tornando ‘desmonetizados’, o conhecimento está se tornando cada vez mais valioso.

Talvez o melhor exemplo do valor crescente de certas formas de conhecimento seja a indústria automobilística autônoma. Sebastian Thrun, fundador do Google X e da equipe de carros autônomos do Google, dá o exemplo do Uber que pagou US$700 milhões para a Otto, uma empresa de caminhões autônomos de apenas seis meses e com 70 funcionários, e da GM gastando cerca de US$1 bilhão na aquisição da Cruise, também uma empresa de carros autônomos. Ele conclui que, neste setor, “a taxa atual’’ de talentos é em torno de US$10 milhões por trabalhador.

São US$ 10 milhões por trabalhador qualificado e, embora esse seja o exemplo mais impressionante, isso não é verdade apenas para habilidades técnicas incrivelmente raras e lucrativas. As pessoas que identificam habilidades necessárias para os trabalhos do futuro — por exemplo, analista de dados, designer de produto, robôs cuidadores — e aprendem rapidamente a trabalhar nessas áreas, estão mais aptas para vencer.

Aqueles que trabalham muito duro ao longo de sua carreira, mas não ‘perdem tempo’ para aprender constantemente, serão o novo grupo “de risco”. Eles correm o risco de ficarem presos no último degrau da competição global e de perder seus empregos para a automação, assim como aconteceu com os trabalhadores de ‘colarinho azul’, que na expressão em inglês, é o membro da classe trabalhadora e normalmente realiza trabalhos manuais, entre os anos 2000 e 2010, os robôs substituíram 85% dos empregos industriais nessa área.

Por quê?

As pessoas que estão na base da escala econômica trabalhadora estão sendo mais pressionadas e bem menos compensadas, enquanto as que estão no topo têm muito mais oportunidades e são melhores pagas do que nunca. A ironia é que o problema não é falta de emprego. Pelo contrário, é uma falta de pessoas com habilidades e conhecimentos certos para preencher o que os novos trabalhos exigem.

Um artigo do Atlantic capta o paradoxo: Empregadores de várias indústrias e regiões reclamam há anos da falta de trabalhadores qualificados, e suas queixas são confirmadas em dados de emprego nos EUA. Em julho [2015], o número de postos de trabalho atingiu o seu nível mais alto, de 5,8 milhões, e a taxa de desemprego ficou confortavelmente abaixo da média da pós-segunda Guerra Mundial. Mas, ao mesmo tempo, mais de 17 milhões de americanos estão desempregados, ou não estão trabalhando, mas interessados ​​em encontrar trabalho ou trabalhando em meio período, e desejando poder trabalhar em período integral.

Em resumo, podemos ver como, em um nível fundamental, que o conhecimento está gradualmente se tornando em uma nova forma monetária importante. Em outras palavras, o conhecimento é o novo dinheiro. Semelhante ao dinheiro, o conhecimento serve frequentemente como meio de troca e armazenamento de valor.

Mas, ao contrário do dinheiro, quando você usa o conhecimento ou o entrega, você não o perde. A transferência de conhecimento em qualquer lugar do mundo é gratuita e instantânea. Seu valor aumenta com o tempo e mais rápido que o dinheiro. Ele pode ser convertido em muitas coisas, incluindo coisas que o dinheiro não pode comprar, tais como relacionamentos autênticos e altos níveis de bem-estar subjetivo. O conhecimento ajuda você a atingir as suas metas de maneira rápida e melhor. É divertido de adquirir e faz seu cérebro funcionar melhor. Expande o seu vocabulário, tornando-o um melhor comunicador. Também ajuda você a pensar além das suas circunstâncias. Ele coloca a sua vida em perspectiva, essencialmente ajudando você a viver muitas vidas em apenas uma vida, através das experiências e sabedoria das outras pessoas.

O ex-presidente Obama explica perfeitamente por que ele estava tão comprometido com a leitura durante sua presidência. Em uma recente entrevista ao New York Times: “No momento em que vivemos e dos eventos que se movem tão rápido, muitas informações estão sendo transmitidas”, ele disse que a leitura lhe deu a habilidade ocasional para “desacelerar e obter uma perspectiva” e “a capacidade de entrar no lugar de outra pessoa.” Essas duas coisas, ele acrescentou, “foram inestimáveis ​​para mim. Se elas me fizeram um presidente melhor, eu não posso dizer. Mas o que posso dizer é que elas me permitiram que eu mantivesse o equilíbrio durante os oito anos, porque esse é um lugar que chega até você de maneira forte e rápida e não diminui com o tempo.”

As 6 habilidades essenciais para dominar a nova economia do conhecimento.
“Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender.” — Alvin Toffler

Então, como podemos aprender o conhecimento certo? Os seis pontos abaixo servem como estrutura para ajudá-lo a começar a responder a essa pergunta.

1 — Identifique um conhecimento valioso no momento certo. O valor do conhecimento não é estático. Ele muda em função do valor no qual as outras pessoas consideram e no quão raro ele é. À medida que as novas tecnologias amadurecem e reformulam as indústrias, muitas vezes há um déficit de pessoas com as habilidades necessárias para desempenhar certos trabalhos, o que cria um potencial de alta remuneração aos mesmos. Devido à essa alta remuneração, mais pessoas são treinadas rapidamente e a remuneração média diminui com o tempo.

2 — Aprenda e domine esse conhecimento rapidamente. Janelas de oportunidade são de natureza temporária. Os indivíduos devem aproveitá-los quando as virem. Isso significa que é preciso ser capaz de aprender novas habilidades rapidamente. Depois de ler milhares de livros, descobri que compreender e usar modelos mentais é uma das habilidades mais universais que TODOS devem aprender. Esse tipo de modelo fornece uma base sólida de conhecimento que se aplica em todos os campos. Então, quando você entra em um novo campo, você tem conhecimento preexistente que pode ser usado para aprender mais rápido.

3 — Comunique o valor de suas habilidades para os outros. Pessoas com as mesmas habilidades podem obter salários e taxas muito diferentes com base em quão bem eles conseguem se comunicar e persuadir os outros. Essa habilidade precisa convencer de que as suas competências são valiosas e são um tipo de “habilidade multiplicadora”. Muitas pessoas passam anos dominando determinada habilidade técnica subjacente e praticamente não tem tempo de multiplicá-la.

4 — Converta o seu conhecimento em dinheiro e resultados. Existem muitas maneiras de transformar conhecimento em valor na sua vida. Alguns exemplos incluem; encontrar e obter um emprego que pague bem, obter um aumento, construir um negócio de sucesso, vender o seu conhecimento como consultor ou até mesmo construir a sua reputação tornando-se um líder de ideias.

5 — Aprenda a investir financeiramente em aprendizado e a obter o maior retorno. Cada um de nós precisa encontrar o “portfólio” certo de livros, cursos on-line e programas de certificado/graduação para nos ajudar a atingir nossas metas dentro de um orçamento. Para obter um portfólio certo, precisamos aplicar termos financeiros ao nosso pensamento sobre investimento em conhecimento, tais como como; (ROI) retorno sobre investimento, gerenciamento de risco, taxa de atratividade e diversificação.

6 — Domine a habilidade de aprender a aprender. Isso aumenta exponencialmente o valor de cada hora que dedicamos ao aprendizado. Nossa taxa de aprendizado determina a rapidez com que nosso conhecimento aumenta com o tempo. Considere alguém que leia e retenha um livro por semana, em comparação a outro que leve até 10 dias para a leitura. Ao longo de um ano, existirá uma diferença de 30% de uma pessoa para outra, que poderá ler até 85 livros a mais do que o outro.

Para mudar nosso foco de excessivamente obcecado por dinheiro para uma busca mais esclarecida e realista de conhecimento, precisamos parar de pensar que só adquirimos conhecimento dos 5 aos 22 anos de idade, e que depois conseguimos um emprego e no resto das nossas vidas apenas trabalhamos duro. Para sobreviver e prosperar nesta nova era, devemos aprender constantemente.

Trabalhar duro era a abordagem certa na era industrial para progredir. Aprender duro é o equivalente à nova economia de conhecimento que atravessamos.

Assim como temos doses mínimas recomendadas de vitaminas por dia e também minutos de exercícios aeróbicos para manter a saúde física, precisamos ser rigorosos quanto à dose mínima de aprendizado deliberado que manterá a nossa saúde econômica. Os efeitos a longo prazo da complacência intelectual são tão insidiosos quanto os efeitos a longo prazo de não se exercitar, comer bem ou não dormir o suficiente. Não aprender por pelo menos 5 horas por semana (a regra das 5 horas) é o fumo do século 21 e este artigo é o rótulo de aviso dos riscos quanto a isso.

Não seja preguiçoso. Não dê desculpas. Apenas faça.

“Viva como se você fosse morrer amanhã. Aprenda como se você fosse viver para sempre. ”- Mahatma Gandhi

Antes de sua filha nascer, o bem-sucedido empreendedor Ben Clarke focava na aprendizagem deliberada todos os dias das 06:45 às 8:30 da manhã por cinco anos (2.000+ horas), mas quando sua filha nasceu, ele decidiu substituir o seu tempo de aprendizado por hora do pai e da filha. Este é o ponto em que a maioria das pessoas desistiria de seu ritual de aprendizado.

Em vez de fazer isso, Ben decidiu mudar o seu horário de trabalho diário. Ele encurtou o número de horas que trabalharia em sua lista de tarefas, a fim de abrir espaço para o seu ritual de aprendizado. Tenha em mente que Ben supervisionava mais de 200 funcionários em sua empresa e estava sempre bem ocupado.

Em suas palavras, “Trabalhar menos para poder aprender mais, poderia até parecer que eu estava fazendo menos coisas em um dia, mas eu fiz muito muito mais em um ano para a minha carreira do que esse tempo que parecia ‘perdido’. Esta não é uma decisão fácil de qualquer forma, mas reflete o tipo de decisões difíceis que todos nós precisamos começar a fazer. Mesmo se você é apenas um funcionário de nível básico, não há desculpa. Você pode encontrar mini-períodos de aprendizado durante os seus períodos de inatividade (intervalos para almoço, idas ao trabalho, etc). Até 15 minutos por dia irão adicionar quase 100 horas ao longo de um ano. Tempo e energia não devem ser desculpas. Pelo contrário, eles podem ser difíceis, mas superáveis na maioria das vezes. Por serem poucas pessoas que se propõem para este tipo de desafio, você colherá muito mais em recompensa.

Muitas vezes acreditamos que não podemos arcar com o tempo necessário para o estudo, mas o oposto também é verdadeiro: nenhum de nós pode se dar ao luxo de não aprender.

Aprender não é mais um luxo; é uma necessidade.

Comece seu ritual de aprendizado hoje com essas três etapas. As pessoas mais ocupadas e bem-sucedidas do mundo encontram pelo menos uma hora para aprender CADA DIA. Então você pode!

Apenas três etapas são necessárias para criar seu próprio ritual de aprendizado:

1 — Encontre tempo para ler e aprender, mesmo se você estiver realmente ocupado e sobrecarregado.

2 — Mantenha-se consistente ao usar esse tempo “encontrado” sem adiar ou deixar de se distrair.

3 — Aumente os resultados que você recebe a cada hora de aprendizado usando hacks comprovados que ajudam você a se lembrar de aplicar o que aprendeu.

E tenha um bom aprendizado!

Achei bem interessante e importante este artigo, por isso resolvi traduzir para o português. O original do autor Michael Simmons está no Medium e você pode acessar por aqui: https://goo.gl/Wmehzu

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Written by André Crevi

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